Em meio à estação...
Despedem-se a gosto,
com a última tragada de cigarro
Na lareira e com uma taça de vinho,
na calçada cobre-se com uma folha de jornal,
Na soleira da janela uma flor num jarro,
sob a marquise um vazio prato de barro
Um olhar desfolha um livro “Germinal”,
outro olhar fixa o horizonte “Marginal”
Inverno ou primavera,
inferno ou quimera,
Esta é a vida, nua e crua,
falada, escrita e lida,
às vezes uma linda cotovia,
outras um quase todavia
Este é o instante, poético, lírico,
melodramático, lúdico,
talvez um canto de utopia,
ou um apito da ferrovia.
E uma nova estação (se anuncia)...