SENHOR...
DAI FORÇA ÀS MINHAS MÃOS
Meu golpe certeiro com o machado, na árvore logo acertou,
E ela, coitada, com tal golpe, logo a sua seiva chorou,
Dorida e admirada, por tal coisa, eu nela estar fazendo...
Mas só fiz isso, porque a sua lenha eu queria já apanhar,
Mas agora que vejo esta triste árvore a chorar,
Já bem me arrependi...e voltar atrás, eu tanto estou querendo.
Mas o golpe mortal, já nela eu tinha dado,
E agora à sua sombra, eu não vou estar mais sentado,
Tendo sido esta, a minha estúpida maneira da recompensar...
Pois eu, pobre vadio, sem nesta vida ter eira nem beira,
Só pensei naquela triste e egoística maneira,
Do frio invernoso, deste meu corpo... eu depressa tirar.
E agora, que de tristeza a minha árvore tanto chorou,
Sei que a minha alma... também se lamentou,
Por eu, tal coisa ter feito, sem com o coração ter falado...
Portanto, meu Deus, antes de partir para um outro lugar,
Dá força ás minhas mãos, para uma outra árvore eu plantar,
P’ra quem vier atrás, à sua sombra, poder lá ficar sentado.
(J. Carlos - Dezembro 2010)
in Livro 1 \"O Outro Lado da Minha Alma\"
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