GUITARRAS
TOQUEM BAIXINHO
Guitarras toquem baixinho,
Durante o resto do meu caminho,
P’rá minha alma partir feliz e não chorar…
Deixem-na sentir que da vida está levando,
Aquilo que sempre a esteve acompanhando,
Até poder, junto das estrelas, ouvir os anjos tocar.
Juntem a elas as vozes tristes e dolentes,
Das fadistas, sempre presentes,
Naqueles fados de que eu aprendi a gostar…
Juntem também os vossos sorrisos rasgados,
Para serem pela minha alma apreciados,
E ela levá-los consigo... p’ra vos poder recordar.
Mas antes…
Deixem estes meus olhos insones, já cansados,
Ainda verem os campos de verde enfeitados,
Com as papoilas vermelhas, o seu verde a salpicar…
Deixem-me ver tudo o que de belo ainda se pode ver,
Pois basta-me a tristeza que levo… só de saber,
Que os homens tudo fazem, para com a beleza acabar.
Deixem-me… deixem-me ainda ver as crianças a brincar,
No meio das belezas que a minha alma ainda cá vai deixar.
Deixem-me… deixem-me ainda ver…!
(J. Carlos – Outubro 2012)