Não desprezo a métrica,
Tal como a prima beterraba,
Existe e não a consumo.
Sua aguadilha vermelha
Espelha no prato uma urgência
De fazer algo relevante,
Que no instante referência
Se não descortina atingir.
Desatina e todavia não rima,
Ou concorda em se medir.
A chuva batida pelo vento,
É pertença da ventania
Ou função da precipitação?
Se a criança que chora na calçada
É órfão ou foi humilhada, não interessa,
Se lhe arrancares um sorriso sincero,
Onde deus existe, e o espírito santo
Voa de asas emocionadas
Vem a guerra e acontece
Porque a alimentamos,
Com máquinas e sensores
E droids que existem para matar melhor
À distância, que já foi a distância
Entre um machado num pulso agressivo
E a pressão aplicada ao escudo.
E hoje todos plagiamos os cantos,
Walt Withmans virtuais, e dizemos:
Temos um sonho! É esta a matéria
De que os sonhos são feitos? Épicos
Em epopeias de Homero,
Dramas de Nabokovs e,
Talvez, os ultrapassemos.
Satisfeitos com a nossa capacidade, fazemos cursos,
De um conhecimento que cresce em proporção geométrica
Afetando a própria geometria do pesar, do saber amar,
A inteligência é emocional, é o que se é. É obra feita,
Plágios de obras passadas com novas penas nos lóbulos,
Piercings ao lado de magníficas tatuagens
Em barrigas delineadas, nunca dantes alcançadas.
Reconstruímos a história, vilipendiamos
A memória dos avós amamos as redes sociais
Sem ver a data esfera à beira do Hades
nós míopes de grandeza, esquecemos de nós.
Seja como for, tocamos os céus ardentes de poder.
Cada tempo ressoa memórias, histórias reais.
Cada ente uma vereda percorrida: destino? Quântica?
Os planetas colocam perguntas esfíngicas, sem demora.
A guerra, sentada à mesa, aguarda a hora,
A refeição para correr mundo e ceifar
O que não lhe importa,
Batendo a esta e aquela porta.
Um pai acorda os petizes condenados,
Antes de saírem de casa,
Bem por cima um Serafim,
Coça a asa: é mesmo por isto que vim?
Eis a métrica mundis, enfim...