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Espera

Esperas que nunca acabam há-as a granel
aguardos sem resguardo nem abrigo onde se pressente o perigo
que cai na atmosfera e desespera o ser, tinta que escorre no papel
Da vida caida num desenlace incerto e quiça fatal.
Não aceitem os que apregoam que não existe o mal.

Acreditem nesses benfazejos atos de espontanea bondade!
Ying e Yang espelham um equilibrio no aguardo que acaba,
Cão que ladra ou lambe, ora morde e uiva, a boca e a baba.
A espera dura sempre e sempre acaba, essa a verdade.

Vai e usa a dinâmica do ser em movimento,
Vai escorregando ao vento, astuto nos passos.
Tropeça em alegrias e cansaços
e os espaços ditos nossos
Por direito nos são arrancados
Junto com a esperança,
resiliencia que bate nesse nosso peito,
ressoa nos ossos, desagradados.

Órbitas de mosquitos ao redor do filamento
Contemplam as voltas que damos ao redor do sentimento,
Corações partidos e reconstruidos.
Réguas reguladamente reguladoras do imensurávelmente indominável.
O afastado evadido é o tempo

Corre nas nossas veias sangue.
A final da espera, exangue,
perdemos o sentido de tudo
e descansar é como voltar donde saímos,
não havendo perdoar, reparar, tudo já está resolvido.

Caluniar, louvar ou santificar é problema dos vivos,
O que nada tem a ver com o ido.
Que a partida seja o sinal de voltar a Gaia numa serena praia,
A carícia duma brisa, o adeus ao mar.