Trago os bolsos cheios de tralhas,
olvidadas amizades, paixões.
Problemas oxidados e migalhas de lautas refeições.
No peito batem emoções descontroladas
e no olhar uma furia cega que intimida
os canideos que me encaram a babar.
Uma concisa algibeira cozida a meio da manga
leva os corações partidos alguns dos sonhos perdidos
que ainda almejo alcançar.
Abraco-os, veemente,
pudera eu ser contente
e não ter de carrega-los.
E se não os carregar leve será meu andar,
mas como saberei meu caminho
Caminhando assim sozinho,
0 peito sem cicatrizes,
As pernas sem as varizes,
como uma árvore deitada
a que cortaram raizes?
E aonde as sementes da dôr,
que esses não posso perde-los.
Filhos nascidos, meu horizonte,
faria tudo de novo, e mais só pra revê-los.