bjpafa

Algibeira

Trago os bolsos cheios de tralhas,
olvidadas amizades, paixões. 
Problemas oxidados e migalhas de lautas refeições. 
No peito batem emoções descontroladas 
e no olhar uma furia cega que intimida

os canideos que me encaram a babar.

 

Uma concisa algibeira cozida a meio da manga

leva os corações partidos alguns dos sonhos perdidos

que ainda almejo alcançar. 
Abraco-os, veemente,

pudera eu ser contente

e não ter de carrega-los.  


se não os carregar leve será meu andar,

mas como saberei meu caminho
Caminhando assim sozinho, 
0 peito sem cicatrizes,
As pernas sem as varizes,
como uma árvore deitada
a que cortaram raizes?  


E aonde as sementes da dôr,
que esses não posso perde-los.
Filhos nascidos, meu horizonte, 
faria tudo de novo, e mais só pra revê-los.