Ando rodeado de gente, gente empenhada em fazer A, em provar X,
Em mostrar possuir isto, excecional, ou fazer obra patente.
Patenteiam-se as ex.mas senhoras em repinpos SUV,
passeados luzidios canídeos por por distintos cavalheiros
a luva a preceito deixa a relva macia para os infantes bem petulantes.
Uns sobem a escadas e martelam
O objeto do projeto depois de soldar o esqueleto.
Viaturas avançadas procedem de forma inesperada
Na estrada calcorreada, mas só por calceteiros e obreiros.
Certas fêmeas alfa levam para casa, decorada a moradia,
Horrores vomitados pelo paradigma secular atitudinal,
focado nos impotentes consortes complacentes.
Mortes e funerais, e a estrada renovada continua
A seguir em frente, árdua, ladeada de gente caída no pó já fora de moda.
Amores gorados à priori, viverei uma traição global?
Com criatura alguma, falta de confiança geral,
( e o traidor serei eu como me convencem, afinal?)
Amor retificado em afetos,
Catálogo de emoções permitidas,
Úteis à identidade. Saudade não está correta.
E a saudade de ter carinho falso ou verdadeiro
E mesmo assim inteiro, palpável
A assunção de que sempre serei
Sozinho no vento da gente amável,
Mostra que o nada, onde habito e moro,
Água com filtro de mundo decadente
O nada é cheio de prejuizos não admitidos..
E nem colo nem um ombro de mulher,
Nem em sonhos revolvidos eu encontro
Ou ao menos vislumbro,do fundo da miopia.
Ò senhor que não te rezo, ò vãs filosofias,
só nestes arrazoados deixo estas maladias.
Entretanto as batedeiras, sem querer saber de mim,
Assobiam a girar, é bom de saber que haverá massa
Para ir ao forno, o calor onde rebolo, o que me há-de levar.
Um dia serei uma pizza estragada, sem pepperoni, servida fria,
Esgotado o calor que aquece o desacordo das palavras inúteis,
Derretidas, sem esquadro nem medidas,
sem razão de muzzarella nos dentes.