O teu atraente aprumo orgulhoso.
A estética economia de palavras.
O ar duro de mulher que sabe o que quer.
Desencantada da vida sim,
Bondosa e rápida a fazer seus julgamentos.
Sentimos, passeamos, discutimos e transamos.
Mais de dois anos de encontros periódicos, cada vez
Menos de amizade e mais da profissão dela,
Que eu andava à deriva e mulher nenhuma decente
gosta de ver um homem afundar-se.
Agora, debaixo de àgua,
Imagino a sua mão ligada ao lindo braço castanho.
Mão que me salvasse!
Eu que me encontro perdido,
Afundando no mar português
Sem alma, sem valer a pena.
Só um capricho de mãe alterada.
Sem saber como reagir
Deixei de tentar fugir.
Sento-me à espera do que há-de vir.