Diogo Correa

Ânsias

ÂNSIAS

 

Quando ao meu lado chegastes

e, nos teus olhos me vi,

mil loucuras senti ao rever o passado.

Meu corpo, teu corpo molhado,

minhas ânsias dementes, tuas mãos frementes,

minha boca sedenta, teu beijo molhado...

 

Morrer, ressuscitar. Sentir a vida, sonhar.

Arrepios, frio e calor. Desvarios e anelos,

Num simples roçar de pele,

um louco eriçar de pelos...

 

Agora, perdido, entre as flores,

ao recordar tuas caricias,

quando me enredei na tua vida

naquelas noites, naqueles dias...

 

Vivo, então, nos meus silêncios,

das tuas lembrança e tua ausência,

quando estão murchas as flores,

com minha dor, doce demência...

 

E, me alimento de minhas ânsias,

que levo no meu sofrer,

e, dentro guardo, como se pudesse,

o amor voltar e eu viver...