Tremem os dedos compridamente,
Tenho tido tremuras do lítio
E tristeza nos sacos e no coração
Não vejo noticiário sei que o mundo
É um calvário onde alguns se dissecam
Evidenciando a secura por dentro
Secos ao fazer sexo no jacuzzi
As crianças continuam mais adultas
Ainda não foram mas chegará a hora
Em que virão a este mundo evoluídas
Plenas de saber oferecido sem demora
Os céus escorrem água batida
E a ventania em demasia corta os caminhos
do homem pequeno que controla os satélites on line,
Rede concorrente com a próxima.
Aqui sentado fico mais cansado
Mas ficando de pé a perna vadia
Saia sem querer fazer o que dizia.
Sinto um desejo de algo inconfessado
Não hei-de dizer o que me faz escrever
Faço-o na esperança de um belo dia
As amarras se quebrarem e poder falar.
As coisas mudam, houve tempos em que calma e educadamente expressava a uma senhora a minha intenção de ter um bom sexo com prazer dor e o que mais fosse desejado por esta no mutuo agrado.
Hoje neste local onde vivo, por imperativos meus, da infância e educação materna não abordo uma mulher nem numa taberna.
O dinheiro, querem assustar-me com ele, com a sua falta, claro.
Quem me assusta é que escreve estas palavras sem senso
Louco só atira pedras e rasga notas
Carros que nos transportam são só carros,
Está para vir o carro normal que seja avião.
Chegando esse, esses serão normais
Hemingway e muitos escreveram sobre ter e não ter.
A mim enganaram-me e após enganei-me
agora não me interessa lá muito o destino da estrada nem a carroça que passa.
Ouço cantigas de sereia e sei que se ceder serei devorado nas profundezas.
Sinto os ossos de fora e vejo que os cânticos já os ouvi as sereias mastigam com sorrisos o acabar do que era meu até agora.
Falta a eterna castradora a morte a ceifadora tomar conta de mim.
As sereias contudo tem um pacto em sangue assinado de nunca entregar o danado enquanto carne alguma se apresentar, o esqueleto limpo e o sofrimento acabado