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Mea culpa
Se houvesse uma carta que algo insignificante, ignóbil, justificasse,
Eu diria que estava com dor de cabeça e tinha a mãos a tremer,
Enquanto no meu intímo, tudo tremia de tristeza e raiva,
fúria e desespero de me ter deixado vir até aqui, só eu o culpado
não vejo nem ouço de forma normal, podia ter esquecido,
e na realidade esqueci, rasguei a vida lembrada na escada,
ou o amor recordado na fila do supermercado, a casa amada.
Eu o vil culpado de não ter andado para um caminho florido e sorridente.