aderson cavalcanti

TEUS MEDOS

TEUS MEDOS


Desnudei minh’alma aos teus pés,
Fiz de teu nome, a minha oração,
Sonhei acordado, dias e noites
Com teus carinhos...
Carinhos, que nunca recebi.
Só agora vejo de que nada valeram
As minhas loucas fantasias
Dependuradas no varal da esperança,
Onde foram todas destruídas
Pelo vendaval da indiferença,
Que sopraste em resposta
Ao amor que eu te ofertava...
Nem disseste sim e nem disseste não
Simplesmente, levantaste uma muralha
Em torno de ti...
E lá ficaste com teus medos
Tuas tristezas e tuas mágoas.
E eu, que só queria, na simplicidade do amor
Oferecer-te meu coração.
Mas tu ficaste confusa
Sem saber se o aceitava ou se o recusava...
Foste então em busca da razão,
Razão, que no contexto do amor
É inversamente proporcional, a coisa nenhuma...
Portanto, restou para mim
Somente o caminho do esquecimento
O qual, passa ao largo da cidade
Em que vives...
Cidade esta, chamada Solidão.