MULHERES...
Na escuridão do meu quarto
A saudade aconchega-se em meu peito
Trazendo junto, as lembranças,
Chave-mestra das portas do passado.
Portas que com muito cuidado, tranquei-as,
Usando os cadeados enferrujados do esquecimento,
Mas que agora se escancaram, uma a uma,
Nesta noite de solidão.
E cada porta aberta, aviva mais
As chagas mal curadas do meu coração.
São portas, todas elas, com nome de mulheres...
Mulheres que amei e por elas fui amado,
Mulheres que abandonei e por elas fui abandonado,
Mulheres que me fizeram crescer e também me apequenar,
Foram mulheres de todas as cores e todos os credos,
Mulheres belas e mulheres não tão belas,
Mulheres de todos os tamanhos e de todos os tipos,
Mulheres, enfim, de todos os sonhos e de todas as ilusões...
Mas todas elas tinham uma coisa em comum:
O dom de saber amar.
Dentre estas portas existe uma que quando abre
Machuca mais meu coração:
É aquela onde vivem as mulheres que amei platonicamente
Forjadas, apenas, no desejo do pensamento...
E graças a estas mulheres
Amadas na unilateralidade
Que consegui fazer este poema
Cheio de saudades e de lágrimas,
Que romperam a represa de meu peito
E desaguaram no branco do papel
Em forma de dor