TEU OLHAR
Pelos confins do universo
Vagueava o meu olhar,
Perdido e sem brilho
Refletindo apenas a angústia
De viver sem existir...
Por obra do destino, talvez,
Quis ele, que nossos olhares
Se cruzassem no horizonte,
Onde pude notar que nas tuas retinas
Também, só refletiam sofrimento
Em forma de solidão.
Como um raio que corta os céus
Iluminando as noites de tempestades,
O teu olhar rasgou minhas dores,
Clareando e aumentando os batimentos
De um coração, que há muito,
Enjaulado num peito estéril
Padecia aos poucos,
Perdido no emaranhado das desilusões.
E dos nossos olhares, travestidos de carência,
Nasceu o primeiro beijo... Passarela do futuro
Construída com a argamassa do desejo,
Donde com certeza, irão desfilar no futuro,
Nossos sonhos, medos e esperanças.