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Vista do Cerrado

Há um lugar sujo onde a espiritualidade se apaga,

Há um ponto cego onde o lixo se torna invisível.

Mesmo quando o sono nos arrasta, este não se afasta,

Antes nos envolve em novelos de sujidade com ética

Manipulada para pegar nas crianças e fazer métrica,

Como a inconsequente batida destas linhas corridas,

Mas escritas com o sangue da vida e dos interesses,

Sem ligar a meios, apela à submissão e conformação,

Chama liberdade à decadência que a arte espelha muitas vezes,

Pois deverá ser o espelho da sociedade onde se desempenha.

 

Contas e não contos são os critérios da sobrevivência,

E os contos são alienados numa interpretação não autêntica,

Mas que sirva às elites autoras dos passos dados pelos outros,

Atirados para uma existência onde até a saúde se mercantiliza

De tal modo que um ratio paira sobre o indíviduo, é a sobrevivência,

Obsolescência planeada de intrincada teoria tida por ética médica.

 

Ò verdade que não tens raça, nem te vendes a peso, ou zunes em uníssono,

Persegue-me com nomes azuis onde as gotas aspergem em rosa, airosa

Realidade que nada é a não ser a relativa vista do cimo do cerrado, lindíssimo.