Descabida esta nota nesta língua em que recordo, o beijo e o tapa
mulher e meia, minha e alheia, nunca a ouvi sem logo sentir emoção,
hoje fazem anos de saudade que te não escuto e na verdade, gata
é sério como o suor amado quando te falo de luto e funda apreensão.
As tuas coxas gostosas até à carequinha xereca sedosa,
Teu corpo um circuito, minha lingua um discurso,
Alegria de buquetes infindos de doer, rir e chorar.
E tudo era um blues ao amanhecer na cidade maravilhosa.
Hoje minha poesia segue como prosa
Minha mão esqueceu teu caminho
A vida num instante se espinha sem rosa
Posso mentir se te disser que lembro, carinho?
O Papo rolava e o dia se esgotava
Eu me perguntava se um dia acabava
Tudo aquilo porque choro sentido
Porque a vida passa por sobre o amor.
Esmaga a paixão na batida do samba,
um bamba na varanda de ontem
Chorando o que tão bom foi
que melhor seria nunca ter sido,
assim deixando, intocadas,
As portas do céu cerradas.
Quem partiu foi e não voltou,
sempre sempre lamentou
e nunca um dia, um só passou,
sem que se perguntasse,
Meus amores, cadê eles?
Uma funda, rogada emoção
Que não lhes pingue nos dias
a pinga ácida a furar meu coração.
Tão distante do que teria querido,
vou pendura-lo numa corda virtual,
à espera de ser reescrito para passar a ser bonito.