Sinto um não sei quê, algo que esfria a pele, um desconforto imenso. Queria dormir e acordar com o corpo quente, sentir que sou alguma coisa, menos lixo.
O amanhã de alguns quando o cabelo se tornar branco, o peso de tanto mal terem feito, encurvá-los-á. Olhos pregados ao chão, sem coragem param os levantar, pois o olhar de Deus lá do cimo, os condenarão.
Pode acontecer que nem tenham que esperar tanto tempo, talvez o amanhã, já os curve de remorsos.
Todos somos pecadores, uns sem maldade, outros por ódio. Não se pode gostar de tudo e de todos, mas é obrigatório aceitá-los.
È sempre tempo de fazer uma introspecção, meditar no que fazemos e abandonar caminhos que não são mais que o nosso para o abismo sem retorno.
Ser mentiroso compulsivo é uma doença, ninguém a pode curar só o próprio.
Reflectir, aceitar que se ultrapassou o aceitável, emendar-se é o único que não te curvará com o peso de ti próprio.
Se se consegue pedir perdão a quem se ofende, somos um pouco humanos, se assim não for somos sujidade embrulhada em altivez e desprezíveis.
Vemos a nossa sombra, mas mais nada. Nem sabes quem és. E na escuridão não és nada.
Por mentiras, mata-se, por mentiras desfazem-se lares, a verdade mesmo que doa dignifica, é água límpida que lava a lama da alma.
Sejamos, o que somos, passageiros num mundo que não é nosso e que o deixamos de um momento, sem contarmos.
Tanto magoa uma pedra polida com mentira como uma pontiaguda. A finalidade é a mesma. Magoar.
Desejava tanto que as mentes retorcidas fossem simples e normais! Seriamos todos um pouco mais felizes.
Tudo daria por ver um sorriso, em cada um. Não se compra, é-nos dado, em troca do nada de sermos humanos e doces.
Porto, 4 de Agosto de 2014
Carminha Nieves