Emmanuel Abraham

Meus pes

Meus pes atingiram
o pó da estrada.
Respirava: ofegante
as zinzas de antigas lembraças. 
O dia escondia 
coisas que só
a noite revelaria: 
tenazes braças 
pulando na minha
alma angustiada.
O olho nu do outro
me percebe...
O meu olhar se dilata.
Constragido
me aprisiona... 
O po da estrada
atingiu meus pes...