Se não houvesse Anjos me quiando,
o que seria de mim como poeta?
O que diria o vento,
que traz notícias das flores
e das estrelas do céu
com seus matizes de cores?
Os Anjos escrevem meu caminho,
encostam em meus lábios
quando sorrio,
se instalam nos meus ouvidos
para que eu ouça
minha própria harmonia.
Mesmo na alegria que não tive,
permanecem como folhas
descontroladas de esperança.
Essa é a função dos Anjos:
inspirar a alma dos poetas
e encantar as palavras
com uma canção divina.
Alguns estão entre nós,
disfarçados no útero das mães,
nas memórias alegres
de quando era menina.
Nas mãos do médico que cura,
nos corações desarmados,
nos românticos que ardem
com seus delírios profundos.
São eles que tecem a beleza lírica do mundo.