A Lua se aproxima da Terra
para olhar de perto
o seu reflexo no lago. Sua luz
roça de leve a face dos lírios
que de súbito desabrocham
revelando oculta plumagem.
Além dos cincerros calados
Jornais falam de crises No ar,
certo rumor de guerras
profetas pregam o Apocalipse.
Meu coração, porém
prefere paisagens mais simples
como a amplidão silenciosa das planícies de Sarom
ou a paz de um cais noturno
cantado por Gilbran.
Olho a Lua plantada
no centro da treva.
Há um momento
em que ela toda se agiganta
e o seu brilho arde na noite
feito a febre cortante de um clamor.
Momento em que o mar
arremessa suas ondas rumorosas
e a alcateia ensandecida celebra com uivos
o seu instante de glória.