CLAUDIO S. SAMPAIO

Brasília, 2013

Sob túrgidas marquises

Da metrópole e convergindo

Pelas ruas, vilas e urbes

Pobre de ouro e armas

A marcha do povo, ressurgindo.


Que nobre emblema se usaria

Ajustado a tais ovelhas

Que dos ermos montes vindo

Vêm galgando a pedraria

E entre os muros vão balindo? 

 

Ou seriam mais que ovelhas

Estes leões, que vão bramindo?

(Vejo a sombra do Oligarca

Se esgueirando, 

De mansinho). 


Vem de longe o torvelinho.

Moisés ergueu sua vara,

Miriã cantou seu hino.  

Qual profeta ou taumaturgo

Dita a hora e seu destino?


Eu erguesse a voz em prece

Ao Deus do pobre e peregrino

Que resposta se daria

Desde o rasgo iluminado

deste ocaso repentino?

 

Que réplica ou que ressalva

Ou que sinal, à voz dos sinos?  

Nosdaria o pão do céu?

Que olhar contemplaria

Tal fulgor, em sóis divinos?


Distante há tantos dias

Da sagrada epopeia

Que nos doa luz e ensinos

Clamo ao Deus dos desgraçados:

- Dai-nos luz da estrela guia!


- Guia os vultos desta marcha

(nossa pátria em romaria)!

E que a glória desta hora

Delineie a luz da aurora

Numa justa simetria.



(-Taiobeiras/19/06/2013)