Sob túrgidas marquises
Da metrópole e convergindo
Pelas ruas, vilas e urbes
Pobre de ouro e armas
A marcha do povo, ressurgindo.
Que nobre emblema se usaria
Ajustado a tais ovelhas
Que dos ermos montes vindo
Vêm galgando a pedraria
E entre os muros vão balindo?
Ou seriam mais que ovelhas
Estes leões, que vão bramindo?
(Vejo a sombra do Oligarca
Se esgueirando,
De mansinho).
Vem de longe o torvelinho.
Moisés ergueu sua vara,
Miriã cantou seu hino.
Qual profeta ou taumaturgo
Dita a hora e seu destino?
Eu erguesse a voz em prece
Ao Deus do pobre e peregrino
Que resposta se daria
Desde o rasgo iluminado
deste ocaso repentino?
Que réplica ou que ressalva
Ou que sinal, à voz dos sinos?
Nosdaria o pão do céu?
Que olhar contemplaria
Tal fulgor, em sóis divinos?
Distante há tantos dias
Da sagrada epopeia
Que nos doa luz e ensinos
Clamo ao Deus dos desgraçados:
- Dai-nos luz da estrela guia!
- Guia os vultos desta marcha
(nossa pátria em romaria)!
E que a glória desta hora
Delineie a luz da aurora
Numa justa simetria.
(-Taiobeiras/19/06/2013)