AMEI.
Amei tanta coisa! Simples esquecidas, sem importância. Amei sem saber porquê.
Simplesmente, amei.
Mais queria ter para continuar a ouvir o cântico do meu coração feliz.
Sinto o meu interior imenso, ansioso por sentir que muitos mais o sentem, neste mundo frio incessível, metálico onde o importante é o dinheiro.
Tudo se esquece, tudo é inútil. Mas para mim tudo é essencial, verdade, sinceridade, aceitar o bom e o mal, que nos acontece.
Sente-se, não se vê, nem sabemos o que é. Mas que é o que mais me move a ir em frente e renovar-me cada segundo no que sou, existe.
Mão invisível, forte e doce, aperta as minhas e leva-me em frente, sem sentir medo nem cansaço.
Chicoteada tantas vezes, nem uma marca. Cada um segue a sua vida e eu a minha. Só, acompanhada, ou odiada, o meu modo de amar, continua mais do que nunca a ser o mesmo,
pois sei que a mão invisível continua a guiar-me e me quer tanto como eu quis.
Comigo falo em silêncio e entendo muita coisa e nada esqueço, tudo é importante mesmo o que inútil pareça.
O etéreo, invisível, sentimentos, amálgama do desconhecido interior, são o que na realidade a inteligência contém. E fazem com que saiba pensar e bem, no que amei simples, sem importância e sem saber o porquê.
A simplicidade de um gesto espontâneo vale mais que mil palavras, o que um olhar reflete, diz muito do que pensamos.
No meu modo de amar, simples e sem significado, recolho muito dos outros. Com certezas da verdade, de cada um.
Sem virtudes nem maldade, aceito cada um à sua maneira, mas muitas vezes magoada.
É a vida, é a diferença, do amar sem sentido e principalmente, amar a vida e vivê-la como sei e como sou.
E continuo a amar, coisas simples. Amei sem saber porquê, esquecidas, sem importância.
Simplesmente, amei.
Porto, 27 de junho de 2015
Carminha Nieves