Entre os meus olhos e a tua pele passa um rio
E um pássaro
Maldito pássaro
Que sabe voar
Entre duas margens
Levando o meu olhar
Para descrever a tua pele
Sem lá pousar
Entre os meus olhos e a tua pele passa um rio
E eu que não sei nadar
Apetece o afogar
A sorte que seria
Morrer por amor
Na esperança do sentir
Sabendo que é tão pouco
Tão pouco o que nos separa
Só um pouco de água rápida
Igual à vida que se vai
Entre os meus dedos febris
De ter visto a tua pele
No outro lado de um rio.