carminha nieves

MISCELANÊA

                                          

 

 

Por vezes bate tão forte a saudade, que dói. Chamaste por mim, imploraste, mas fiquei no meu canto. Queria que me recordasses para sempre como era. Consciente que o tempo corrói e tu não merecias senti-lo.

Hoje peço perdão, talvez soubesses que partirias em breve e sem o dizeres era a tua despedida.

Foi um tremendo choque, mas estava muito longe, quando soube.

A nossa amizade era imensa, limpa pura, era o que a vida me daria de bom no tempo que tive carinho e hoje reparo que foram muitos anos, mesmo muitos.

 Meu Deus, hoje não reconheço, nem como vivo nem onde vivo.

Sou a gota que ficou do mar imenso que tive. E tanto deixei por fazer e viver.

Resta esta saudade imensa, de mim, de ti, das conversas, desabafos  quando chorava sem lágrimas.

Estou triste. Sem gosto por nada, sem destino, a vegetar nesta rede sem saída onde estou.

Enfim, quanto mais sinto a verdade encoberta com que sempre fui enganada, mais sinto a falta de quem foi meu amigo.

Vontade de andar sem destino, fugir ir para muito longe, sentar-me algures, recostar a cabeça, adormecer e sonhar como se estivesse e fosse a que foi feliz.

Aos poucos tudo me tiraram. E fechada em casa tanto tempo por esta pandemia, mais penso e mais sofro.

Sou a árvore que aos poucos vai ficando isolada no meio da planície imensa sem fim.

Bateu-me uma infinita saudade e não consigo limpar o que sujou o meu dia a dia.

Um medo imenso de perguntar por amigos, não vá a resposta ser a que não quero ouvir. MORREU!

Esta etapa é descontinuada, nada é como era. É como se fosse uma tendência, uma moda.

E amanhã vai ser diferente. O único que não perdoo é sorvedouro dos governos que sugaram tudo e mais grave o pequeno sustento dos que amealharam toda a vida e hoje nada recebem de juros e ainda por cima pagam imposto. Com a agravante de não poderem estar nos governos…. Aqui se faz, aqui se paga. Quero viver para ver.

Miscelânea incoerente a minha, mas tudo faz parte da vida.