Forever lith

Ja não quero para mim excessos

Hoje eu me demorei na cama sentindo a textura do lençol em contato com o meu corpo que ainda ha pouco fora palco da nossa atuação menos apaixonada apaixonada um teatro agora encenado por ventríloquo que nos apresenta muito mal 

 

Levantei resmungando e troquei o lençol da minha cama que é o meu leito de morte e também o berço do meu renascimento onde em minha humanidade morro todas as noites e revivo todas as manhãs. Somos tão homo sapiens quanto fênix em nossa essência 

 

Por instinto torci esse pano que é filtro dos meus sonhos e pesadelos palco de gozos e lamentos extraindo somente o que precisava para hoje e também uma outra coisa que seria útil amanhã pois daqui em diante não quero para mim excessos.

 

Espantei-me ao olhar para o coado deste tecido e perceber que ali estava a sua figura inerte me olhando sem nada ver como se alma nenhuma jamais tivesse habitado esta carcaça agora sem volume.

 

Ignorei tua figura oca e botei o lençol para lavar