batista_oliveira

ver-te madura

ver-te madura e dona de um bom corpo 

sentir-te nua e palco dos meus beijos

afogar-me    no mar dos teus desejos

e ancorar todo o meu cio    em teu porto.

 

saber-te cobiçada    mulher-flor

pela avidez faminta de terceiros

com piropos maldosos e brejeiros

eivados de interesse    e nunca amor.

 

compreendo tudo isso    podes crer

e admiro tua força de colosso

quando rejeitas horas de prazer

 

horas de falso amor    horas de roço

e    ao meu ouvido    acabas por dizer:

“quem me comer a carne    coma o osso...”

 

batista_oliveira (in “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos”, pág. 135, da editora “Poesia Impossível” do Grupo Editorial Atlântico)