Uma tarde cansada, deitada com raiva da gente
Gente decente a querer meter o bedelho a dizer que não mente,
Entre marido e mulher, métodos atuais a meter a colher
A ensinar lições descabidas de certas e vividas,
Vividas por outros que não eu, cada um tem a sua,
A sociedade cruel rasga a pessoa por uma coisa à toa,
Por ser desigual, faltar ao maldito ponto de encontro.
Tanta dor no mundo imundo e que importa a importância
Das coisas importantes que afinal pintadas de cinzento
São todas iguais aos massacres ancestrais, assassinatos rituais.
Cada um deseja dor para o proximo por motivos mesquinhos,
Que são chamados de honra, respeito, pátria e outros comezinhos
Que se bebem com um vinhozinho, e um pão com chouriço.
Tendes educações requintadas, tendes casas, tendes famílias,
E tendes raiva do vizinho por ter tudo isso sem o teu incómodo,
Ou as voltas que tens que dar à sopa para comer a própria mulher,
Se ela estiver para te fazer a gentileza, está zangada porque avariou
O mercedez à porta de casa e tu não foste buscar as compras,
Estavas ocupado a gritar enquanto a pedra do rim saia, pois o laser
Desististe da cirurgia para ir fazer turismo de luxo, muito cultural.
Vês os teus filhos tornarem-se estranhos e ainda te acusam disso.
Está tudo bem nesta tarde agradável, só esperas ir a casa ser provocado
Diminuido com cortesias, criticado da forma como passas os dias.
Agora já não tens dinheiro, podiam esquecer-se de ti, não é mais simpático,
Estás velho e o desalento deixa um odor a mofo no ar, e não queres realmente nada definido, só não ser mais querido, esquecido de vez.
De manhã todo o dia perguntas pela invisibilidade,
receias o acidente porque te pode deixar perto de certa gente,
então dizes que isto é punição por não te teres atirado da varanda
quando ainda moravas num prédio alto com vista para o mar.
Afinal isto vai acabar quando acabar, ou se cairmos ao mar encapelado.
Tenho de jogar na loteria para ver se me sai um fim da linha discreto.
Tantos filhos benefeciados pela solução de saida de um personagem difícil.
Tantas coisas difíceis de dizer ficariam arrumadas, tudo pintado de preto.
- Autor: Mera Gente (Seudónimo) ( Offline)
- Publicado: 9 de diciembre de 2013 a las 09:58
- Categoría: Carta
- Lecturas: 38
- Usuarios favoritos de este poema: El Hombre de la Rosa
Comentarios1
Muy grata la belleza de tus lindas letras amigo Mera Gente
Saludos de amistad
Críspulo Cortés Cortés
El Hombre de la Rosa
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