Qualquer hora será o fecho das contas.
E tudo que nos serviu volta para onde saiu.
Todas as casas, hoteis, viagens, miragens
Ilusões de é meu, eu dei, ajudo, tudo ruiu.
E os que por atos valorosos,
Se fossem da lei da morte libertando
Estariam vivos e receberiam flores,
E na lingua o gosto dos valores
Corre nas veias vinagre de vinho.
A vida é dita por dois dias,
Sem res extensa para além,
a espécie cria a extensa, ilusão,
Manieta as peças mal talhadas
Enterra seres vivos às toneladas.
Eu estou morto, fadado e desalmado,
Sufocado na vossa teimosia a gritar não,
Matéria prima para mais um enganado.
Eu morri para estar lúcido de vós, ó gentes,
Donde eu vim já não se volta,
Lança-se a ténue sombra,
Esta carta de desmerecimento, talvez.
Não me podeis agarrar, há anos eu já parti
Num quente e amargo vento, meu desalento.
Rolam entretanto, vidradas, as voltas muito bem dadas
das belezas mascaradas deste desatino.
Que agrado uma vida iludida, bem percorrida.
- Autor: Mera Gente (Seudónimo) ( Offline)
- Publicado: 20 de marzo de 2014 a las 10:44
- Categoría: Carta
- Lecturas: 36
- Usuarios favoritos de este poema: El Hombre de la Rosa
Comentarios1
Una bella forma de rimar en tu bella carta en Portugues estimado poeta Mera Gente
Saludos y amistad de Críspulo
Para poder comentar y calificar este poema, debes estar registrad@. Regístrate aquí o si ya estás registrad@, logueate aquí.