HORIZONTES PERDIDOS

carminha nieves

                                         

 

Hoje vejo a vida por outro prisma.

Até há bem pouco tempo, gostava de poupar. Com os juros ia vivendo.

Hoje não os tenho. Pensei muito e andei preocupada sem saber como fazer, para não gastar o que me dava segurança para o dia-a-dia.

Depois de muitas voltas dar ao assunto, cheguei à conclusão que tenho que fazer as contas de maneira diferente.

Não sei quanto tempo vou viver, mas fiz uma estimativa e depois de fazer milhentas contas, mais ou menos de quanto preciso para gastar no tempo incerto de vida, em que posso andar direita e correr, subir escadas, sair à noite, tomar um café, ir de vez em quando a Espanha, ou seja viver com saúde e força, vou gastando as poupanças de uma vida em comum com o meu Marido.

Tristes tempos inseguros sem futuro, nem calma. O homem estraga e nunca tem a culpa. Quem paga somos nós os tristes, que criamos os filhos, gastando a juventude e a plenitude da vida a abrir caminho para eles.

Como eu milhares ou milhões, neste momento estamos em terrenos movediços, sem termos algo para nos agarrar e não cair na lama da solidão e velhice. Triste mundo, triste vida, que nos cortou a serenidade de ter o resto da vida sossegada.

Mas, é como disse, outro olhar, outra maneira de encarar as vicissitudes, é a solução. E como diz o ditado, Deus é quem manda. Tenhamos esperança e Fé.

Outros estarão muito pior que eu, sem calor no inverno, sem um abraço de carinho, sem saúde, arrastando-se penosamente para parte nenhuma.

Não sei como conseguiram estragar em tão pouco tempo o simples viver e o que tínhamos de bom. 

Antes os pobres sorriam e á sua maneira eram felizes, com o que tinham. Havia entreajuda, sem invejas, ódios, ou perversidade. Hoje só falsos profetas, rotulados de políticos, cada um com o fito de se promoverem. E são os direitos do homem, solidariedade, rendimentos mínimos, tribunais pomposos onde a justiça está na mão de uma só pessoa, O Juiz.

Emaranhado de ministérios que empurram os problemas uns para os outros.

É um faz de conta que enjoa. Se mandasse acabava com muita coisa. Antes com muito menos mandões vivia-se melhor.

Podem chamar-me o que quiserem, não me importo. Acabo só a perguntar, se alguém num super- mercado não paga uma ninharia vai preso. Quem roubou e muito anda de chauffeur e morre sem ser julgado. Mais nada digo.

Quem hoje anda com cartazes a exigir, tudo para os jovens, amanhã vão pagar. É a minha vitória. Tapam a vontade de ser ricos á custa de quem trabalhou, mais os meninos de esquerda. Coitados, nem sabem o que lhe vai cair em cima.

 

Porto,29 de Março de 2016

Carminha Nieves

 

  • Autor: secreet50 (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de abril de 2016 a las 07:10
  • Categoría: Sin clasificar
  • Lecturas: 64
  • Usuarios favoritos de este poema: Maria Isabel Velasquez
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