Varanda

CLAUDIO S. SAMPAIO

Como quem sonha, sob a sombra branda

Da solerte buganvília e vê no ocaso

A sombra do centauro e outro prazo

Dos dias vãos vencendo na varanda    

Eu ouço do ébano exilado de Luanda

O ritmo azul de um Blue e me comprazo.

A primavera dos crisântemos nos vasos

Chama os gnomos para a roda de ciranda. 

Do horizonte o vulto aceso do hipocampo

E uma fragata alada acenam, e eu não sei

Se o momento é de ficar ou de partir.    

Além das buganvílias, o arado e o campo. 

E as silhuetas de centeio, onde plantei

Pevides do amor que eu dei, mas não colhi.

 

Taiobeiras 24/06/2013

 

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  • Autor: Claudio Sampaio (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de marzo de 2017 a las 00:12
  • Comentario del autor sobre el poema: Mirando pôr do sol e pensando na vida e na morte, ouvindo um Blues
  • Categoría: Surrealista
  • Lecturas: 8
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