Que nostalgia é esta que me invade sem ter razão de existir. Não é triste, nem alegre, é uma serena paz. Sem pensar em nada, sem ter preocupações, uma leve ternura do presente, entrelaçado do passado, é como se a alma voasse para lá do infinito. Atrás da montanha para descansar, acariciada por um sol leve e uma brisa que me afaga, estou num limbo que nunca vi.
Uma leveza branda um sentir que em pausa descanso sem dormir, planando num viver sem sobressaltos. Envolta no cinzento do céu, ouvindo o eco de um trovão longínquo, tenho uma paz imensa.
Neste letargo manso, amo a todos, mesmo aos que acordada e atenta, não perdoo o mal imenso que me fizeram.
É bom nos braços do meu Anjo da Guarda, ser embalada como hoje.
Apetece gritar ao mundo que estou aqui, depois de tantas complicações, desesperos e sofrimentos, estou nesta nostalgia que sabe ao céu.
Entes queridos que partiram, mas que em mim ficaram e me ajudam.
Será a eternidade assim? Doces recordações de um tempo, que sinto ser o agora.
Pedaço de papel levado pelo vento, é a vida a ir ao encontro de novas vidas, feitas de outros pedaços de papel.
Vontade de dançar ao som de suaves musicas abraçada a uma fofa almofada, olhando o horizonte, transformo-me em um nada que é tudo e é muito. Sem espelhos que reflitam a minha imagem, sou a paz, a leveza de estar aqui e viver como se ainda não tivesse vivido.
Tudo fantasia, mas é necessária, é decisiva para ser sempre jovem. Assim, sou o eu verdadeiro sem vergonha de sonhar e ter tudo no nada.
Porto,3 de Maio de 2017
Carminha Nieves
- Autor: carminhanieves ( Offline)
- Publicado: 5 de mayo de 2017 a las 09:18
- Categoría: Reflexión
- Lecturas: 18
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