ESTE CORPO…
QUE A VIDA QUER DEIXAR
A noite escura e fria, há bem pouco começou,
E este meu corpo velho... também só agora se deitou,
Nesta pedra de soleira, pelo sol, ainda ela aquecida...
E o silêncio da noite lentamente me envolveu,
Deixando que o pensamento, procurasse o que perdeu,
E talvez encontrasse uma razão... p’ra esta minha vida sofrida.
Aconchego a manta velha... p’ró corpo poder tapar,
E até a puxo para cima... p’ró rosto, com vergonha não mostrar,
O rosto, que de enrugado, ninguém irá certamente conhecer...
Pois passa gente... mas vão de tal forma apressados,
Que destes pobres coitados... pelo chão aqui deitados,
Ninguém se irá já importar... ou deles quererão vir a saber.
E eu, sou mais um corpo... e um rosto... no meio deste passado,
Que hoje, na noite escura e fria, irá por aqui ficar deitado,
Até que o sol risonho... venha este meu corpo aquecer...
Pois sou aquele que já fui, mas que na sociedade não mais serei,
Sou aquele, que um dia destes... desta vida... partirei,
Aquele, que todos na vida esqueceram, e que eu quero esquecer.
Mas no meio desta negra e também fria solidão,
Uns passitos de criança, vieram-me, durante a noite acordar,
E uma vozinha, tão meiga, veio junto ao meu ouvido sussurrar...
Vem querido avô velhinho, vem comigo... dá-me agora a tua mão,
P’ra no céu, lá entre os anjos... comigo... poderes correr e brincar!
José Carlos Primaz (J. Carlos)
Livro 2 (Silêncios… da Minha Alma)
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- Autor: J. Carlos (Seudónimo) ( Offline)
- Publicado: 17 de julio de 2018 a las 08:52
- Categoría: Espiritual
- Lecturas: 17
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