Cortar das palavras
as definitivas
permitir a liberdade
de serem espelhos
acomodar virgulas e pontos finais
como chuva por cair
no olhar de quem as tenta
sentir
no espaço que as separa
abismo de penas e asas
de nem todas voarem
são somadas as diferenças
em cada ausência
em cada silêncio de ser olhado
em cada imagem ouvida
em cada eco palpado
arestas arredondadas em cada esquina
para que o labirinto de entender
as possa contornar
roçando tempo e mar
ao vento e sem pressa de acabar
cor de amanhecer
segundo a segundo
no anoitecer de cada um
permite de serem iguais
a cor que os faz desiguais
as noções sentem-se na ausência delas
as palavras crescem
quando faltam
e todas são do som
este quebrar sincopado
como quem bate e se faz certo
só por conseguir do tempo
criar cores e imagens nas palavras
espelhos vazios de aguardarem
de cada olhar a luz que os enche
das gotas transparentes
escorrendo
se faz o fundo
o profundo
sentir dentro
- Autor: jorge BRAGA ( Offline)
- Publicado: 25 de julio de 2019 a las 17:52
- Categoría: Sin clasificar
- Lecturas: 11
- Usuarios favoritos de este poema: LCRNC
Comentarios1
Muito sublime!
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