ESTRANHA FORMA DE SER
Muito já vi, chorei, dei gargalhadas, meditei, senti a doença no corpo, saber o que é estar 9 horas na sala de operações, saber o que é o desprezo, estar prisioneira e viver mentalmente violência e ao mesmo tempo amamentar um filho.
Passar noites acordada sem poder resolver e viver a própria vida.
Momentos felizes, alegrias inesquecíveis, amores que vivem para além da morte, mais, senti-me rainha, adorada e voei por entre nuvens de carinho. Muito já tive, cicatrizes muitas tenho, mas, sobrevivi.
Hoje, se algo tenho são sobras de mim. Uma incómoda desconfiança também. Vislumbres de vontade de crer, de pensar que ainda o que sobrou de mim, chega para sentir uma felicidade,
Leve, suave e de acordo com a idade. Não é pedir muito, mas pelo menos ajudava a que parte da revolta, solidão e magoada. Ficassem mais diluídas no meu pensamento.
Talvez por tanto ter dado, por tentar nunca magoar os outros, por ter sempre esta maciez de ser e nunca querer discussões pague agora a minha falta de maldade e avareza, ter o castigo que sempre existiu neste mundo tão falso e desprovido de bondade.
Seja qual a razão, não me arrependo de ser assim.
Porto,28 de agosto de 2019
Carminha Nieves
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- Autor: secreet50 (Seudónimo) ( Offline)
- Publicado: 28 de agosto de 2019 a las 15:04
- Categoría: Reflexión
- Lecturas: 16
- Usuarios favoritos de este poema: Poemas de Pepita Fernández
Comentarios2
Me encantó. Abrazos mi querida amiga poetisa
Un abrazo e gracias por tu comentário
Pasar noches en el olvido
sin poder vivir mi propia vida.
estar prisionera y vivir en violencia
es castigo de éste mundo tan falso y sin bondad
Muy duras y tristes versos mi amiga pero reales talvez
Con cariño
JAVIER
Gracias, un abrazo con amistad
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