Últimas Águas

Toni Martin

As últimas águas
Não podem calar seu lamento sereno,
a dor vaga no seio da terra e dissipa no céu,
Porque foges de mim...
Sempre te amei mesmo a distancia.


As últimas águas
Tocam na alma dos que sentem sua dor
Soam latentes os humores melancólicos
Das terras queimadas, das arvores que
Transformam seu ramos em carvão.


Seus restos se espalham nas terras calcinadas
Onde bicho nenhum respira vida
E os pássaros disparam
da sangrenta chacina.


As últimas águas
não descem mais para o vale
que chora lágrima seca,
sem água, sem pão
nada consola a terra mãe
a perda de uma filha,
suas águas tem corpo e alma,
tem sentimentos e rancores
sua vingança é fugir e deixar
a terra fria arrastar areias
para os rios já castigados
pela sede do garimpo.


As últimas águas
São mágicas, vibram na alma dos que sentem
Ecoam lembranças de fartura e beleza
Moldam o terreno de curvas fêmeas,
Sinuosas delicias que despertam meu ser.


Ah, estas últimas águas
Mesmo moribundas visitam meus sonhos
Talvez haja esperança,
talvez despertes das trevas
O preferes velar as águas e logo a tua morte,
São tempos de angustia e revelação
Domina teu medo nobre ser
homem mulher,homem criança
Domina o desejo de autoflagelação.

As últimas águas
Virão da mesma forma como
esperas o trem na estação:
A hora esta chegando implacável
Seca e calcinada os ventos
cantam sua chegada
Se cochilas perdes o bonde
Se morres ninguém te acorda,

Ah!
O trem passou e tu imóvel
contemplas o infinito vazio, não
respiras, não reages.
Alguns segundos, minutos,
horas, dias correm,
A estação se fecha, agora
somente na próxima alvorada da
eternidade,
Quem sabe terás uma nova chance.

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  • Autor: Toni Martin (Seudónimo) (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de febrero de 2021 a las 07:02
  • Comentario del autor sobre el poema: De mi livro últimas água escrito em pocas semanas, fruto de un amor imposible en la ciudad de Diamantina en Minas Gerais, Brasil, en el 2009, fecha del nacimiento de princesa Manuela.Martin
  • Categoría: Amor
  • Lecturas: 13
  • Usuarios favoritos de este poema: Classman
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